sexta-feira, 16 de novembro de 2012

CAIU.


Caiu. A ficha caiu. E não páram de cair dia após dia.
Após duas semanas, me sinto diferente dentro do processo de formação teatral.
Toda a gratidão que me preenchia ainda está, mas abre espaço para outro sentimento, uma espécie de determinação ativa e incansável que se descobre e revela a todo instante.
O corpo cansa, quebra, dói, e se auto-desenha com ronchas esverdeadas. 
Fiquei tonta, fraca, feliz, eufórica, cansada, morta... morri.
E tento morrer a cada dia, para nascer diferente. 
Assim como estou dormindo mais, para estar mais desperta.
Ao renascer não sou tão nova assim, mas há sempre algo novo.
Às vezes nem é inédito, é algo velho e esquecido, pescado de dentro ou fora de mim.
Um mergulho consciente no que se escondeu em si, uma passagem pelo passado.
E não é passado pelo que já passou, mas um passado pelo que se é. 
Um passado então, pelo presente.
E que presente! 
Grande presente esta oportunidade, grande presente o momento presente.
O presente que é vazio, e a mesmo tempo tão cheio. 
Cheio de vazio, de energia sem forma, apenas cheio de vida.
Cheiro de vida... da força criadora que tudo transforma.
Apanho as fichas caídas e aposto todas elas. 
No vazio.

Marina 

3 comentários:

  1. Hoje passamos por mais uma fase,bom pra falar a verdade ganhamos martelos,picaretas,armas de fogo,de vento armas de grito,os monstros começam a monstrar a face enrugada e medonha...deu frio na barriga.

    Vencerlau.

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